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Conceito

  A música é um conjunto de partes que compõem uma unidade musical, os três elementos básicos que constitui a musica é a Melodia, o Ritmo e a Harmonia.
 
  Sobre a Melodia, podemos dizer que esta é a voz principal de uma composição que encontra apoio musical na harmonia e/ou no ritmo. Os sons de uma melodia possuem um sentido musical, este sentido musical só se torna possível através da sucessão coerente entre os sons e o silencio (pausas). A sucessão de sons arbitrários não devem ser considerados como uma melodia.
 
  Tradicionalmente a bateria é considerada um instrumento com características mais apropriadas para executar a parte rítmica da musica.
 
- Desta forma, fazemos a seguinte questão; Como será possível criar e executar Melodias em Ritmo?
 
  Já tem um bom tempo que vem acontecendo na historia da musica brasileira o fato de muitos bateristas executarem a bateria de forma melódica. Muitos registros estão disponíveis mostrando e evidenciando a forma de tocar bateria fazendo melodias, esta é uma pratica antiga que não surgiu agora.
 
   Para entender isso melhor, antes de partir para a prática no instrumento, é necessário ter uma ligeira noção de que forma estão classificados os instrumentos de percussão.
 
  Ao contrario de alguns instrumentos de percussão cuja vibração produz sons que obedecem a serie harmônica e permitem a perfeita afinação de suas notas como a marimba e o xilofone, a bateria é um instrumento de percussão sem *altura definida onde as peças que compõem um kit (tambores, pratos, cowbells, dentre outros), são na sua maioria caracterizados pela ausência de escalas, ou seja, produzem apenas um único som ou uma gama de sons muito reduzida. Estes instrumentos produzem notas cuja altura não pode ser perfeitamente determinada por motivos diversos como, por exemplo, a curta duração dos sons, também pelo fato de possuírem uma grande quantidade de parciais não harmônicos ou ainda por produzirem variações aleatórias de altura ao longo da duração do som que emite.
 
  Os instrumentos musicais que não possuem altura definida podem se encaixar em qualquer contexto musical, independente da tonalidade, sem interferir na harmonia. Portanto, sem que os sons emitidos por eles sejam percebidos como desafinados.
 
  Alguns instrumentos de percussão como o agogô, que emitem sons com alturas diferentes de um mesmo *timbre sonoro em um único instrumento, a depender da combinação entre a *duração e altura das notas executadas, já se torna possível observar uma sensação melódica, como percebemos claramente no toque do *ijexá.
 
  O saudoso e querido mestre “Antônio Carlos Jobim”, ao executar o seu piano utilizando apenas uma nota e combinando genialmente a duração entre elas, compôs um *samba de uma nota só.
 
  O fato é que toda Melodia possui um Ritmo, mas nem todo Ritmo tem uma Melodia.
 
  Os bateristas e/ou os percussionistas, podem e devem se colocar de forma mais participativa no processo da composição, e não apenas inserir um ritmo nas melodias e harmonias que na maioria das vezes já chegam pré-concebidos ate nós (bateristas e percussionistas). Desta forma, podemos nos inserir na proposta da composição do ritmo, pois se toda melodia contem ritmo o mesmo pode acontecer no sentido contrario.
 
  A bateria apesar de não ter notas de altura definida, tem uma vasta opção e variação de timbres em um único instrumento. Nos dias de hoje, os kits das baterias estão crescendo cada vez mais em relação aos acessórios diferenciados que além de aumentar a diversidade de timbres, propicia aos bateristas a oportunidade de obter uma gama infinitamente maior das nuances e do “colorido” na concepção da sua sonoridade.  As notas das peças da bateria são fixas e as combinações entre os timbres e a duração de cada peça é que irão compor a melodia final.
 
  Portanto, pela complexidade do tema, este artigo tem apenas o objetivo de introduzir o assunto para depois então trazer respostas praticas à questão feita no inicio; - Como será possível criar e executar Melodias em Ritmo?
 

                                                                                                                                          Por EDNI DEVAY e EDDIE CAMERON

 
Edni
Eddie Cameron
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