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ijexá

  O ijexá é essencialmente um ritmo africano que vem da nação de Angola e se caracteriza por ser um ritmo muito cadenciado e suave que, dentro do Candomblé, é tocado para os Orixás como Oxum, Osain, Ogum, Logum-edé, Exu, Oba, Oyá – Yansan e Oxalá.​

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  No ijexá, os atabaques são tocados exclusivamente com as mãos, ou seja, as baquetas ou os aquidavis não são utilizados neste toque que tem por característica fundamental a marcação do compasso feita por um instrumento chamado “gã” (também conhecido como agogô). O agogô, além da função de marcação do compasso através da sua divisão rítmica tradicional, tocado do grave para o agudo, estabelece uma melodia muito peculiar, que é o diferencial do ijexá, pois o timbre e a divisão se fazem distintos dentre as outras importantes manifestações da cultura afro.

 

  É importante ter atenção para não confundir a utilização da nomenclatura “afoxé” para se referir ao ritmo ijexá. O ijexá é um ritmo muito executado pelos grupos afro de Afoxé. Os Filhos de Gandhi é exemplo de um grupo cultural brasileiro, mais especificamente da Bahia, que é talvez o grupo cultural de maior resistência e de maior longevidade na preservação deste ritmo. Essa associação entre o ijexá e o afoxé acontece devido à mistura da divisão do atabaque no religioso tradicional (candomblé) com a adaptação dos surdos para o profano, que resulta numa célula rítmica bem utilizada nas manifestações carnavalescas.

 

  Na bateria, isso pode ser um caminho a ser seguido de maneira inspiradora para orquestrar os toques dos atabaques e agogôs, traduzindo-se em polirritmia, além de se obter uma sonoridade bem cadenciada que se manifesta no afro axé com a utilização dos graves representados pelos surdos e pelo bumbo.
Edni
Eddie Cameron
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